Eram beijos gosto de maçã,
d’uma boca tentadora, sedução ;
eram as mais belas das manhãs;
sentia-se num paraíso então.
Eram dias e noites maravilhas;
mas não feitos pra sempre durar;
ela tinha de seguir sua trilha,
e ele a querendo mais amar.
Veio ventania causticante
lhe introduzindo num inferno;
diabinhos azucrinantes;
eram internos ; eram externos...
O seu coração não se deu
e entrou numa de ira intensa;
o acre da vida conheceu;
seu querer se fez doença
como um vício intoxicante;
nem remédios nem paliativos
os livraram de crises alucinantes
no seu injuriado furor reativo.
Mas ter um sonho ajuda a viver;
dá um ânimo pra extrapolar,
e não se resolver de vez morrer,
sendo vencido pelo negro azar.
Assim a força nele se deu;
renovando toda sua vontade;
todo convertido para esse intento seu :
fazer-se viver a sonhada realidade.
Por ermos seguiu em frente;
n’outras venturas e desgostos;
com a tenacidade d’um resiliente
Se refazia sempre mais disposto.
Pintou um amor inimaginado;
refez num sorriso sua alegria.
O fez pr’um mundo novo despertado;
abrandou todo ódio que nele havia.
Na sua palavra propagada
profere se manter na lida,
resistindo a toda parada,
mantendo viva a fé na vida.
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