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quinta-feira, 12 de maio de 2016
CICLO DE MISÉRIA
Jone nasceu numa favela da cidade
Que ficava próxima a um aterro sanitário
Onde o lixo tantos disputavam
Entre os urubus que ali habitavam
Na favela não tinha saneamento
Era esgoto a céu aberto
Tanta criança ali adoecia, morria
Mas Jone sobrevivia
Um dia seu pai alcoolizado
Matou sua mãe a facadas
E foi pagar pena na detenção
Deixando Jone só no mundão
Jone partiu para entre os prédios
Sobreviver na megalópole
Sob marquises dormindo
Dos sopões assistenciais se nutrindo
Era mais um morador de rua
Se virando na reciclagem
Cachaça e drogas eram suas diversões
Entre bordoadas da polícia e prisões
Jone encontrou sua excluída
Foi fundo e fez um filho
Então voltou para a mesma favela
E foi ali morar com ela
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