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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Buraco Negro




















Desde a sineta a tocar
Com aquele som a me zoar
Podem me atormentar
Do meu cabelo querer arrancar
Posso me avermelhar
Três milhas e tanto andar
Mas buraco negro não vai me devorar


Posso sonhar de pesadelo virar
E me dar num circo que se armar
De palhaço posso até me botar
Alguma tristeza experimentar
Posso até tentar um céu alcançar
E num inferno então ir penar
Mas buraco negro não vai me devorar


E numa fissura de latejar
Posso até pirar de desejar
Numa fossa posso até me jogar
Ficar louco de me internar
De até nu em público ficar
Do prédio até querer pular
Mas buraco negro não vai me devorar


Um mundo pode sacanear
Eu total posso me descontrolar
De até a mente transtornar
Mil micos posso assim pagar
Umas viadagens mesmo aprontar
De arrependido até chorar
Mas buraco negro não vai me devorar


Posso todo álcool tomar
Toda fumaça posso tragar
Todo pó eu posso aspirar
E todo inalante cheirar
Mil e tantas noites virar
Na rua posso até ir morar
Mas buraco negro não vai me devorar


Pode Deus a força mandar
Posso até uns OVNIs avistar
Almas virem comigo falar
Posso no Abaeté até mergulhar
Pode a Luz vir me encontrar
Qualquer eureca posso gritar
Mas buraco negro não vai me devorar


Mil letras eu posso armar
Mil poemas posso versejar
Toda prosa posso contar
Posso mil quadros pintar
Posso cantar a me esgoelar
Mas também posso me calar
Mas buraco negro não vai me devorar

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