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sábado, 14 de outubro de 2017

À Guerra Vou Que Vou Retado











Num mundo de caos mergulhado
Até a alma fissurado
No desejo mais esfomeado
Sem cobre quebrado
O coração flechado

O sonho entranhado
O cabelo ruim
Já soa o bélico clarim
A ventania do endiabrado

Guerreiro da mata, pintado
Na dura arena desafiado
Vou à guerra desembestado

Sobrevivendo a odiosa tortura
De por um na redoma da loucura
Sem trégua, no contexto infernal

Cruzando denso lamaçal
Trevas tenebrosas ofuscantes
Seara de espinhos cortantes
Rio de mortais criaturas
Desertos de frio e quentura
O mar de tantos afogados
Tantas noites de azoado  

E entre erupções vulcânicas
Vêm hordas satânicas
Fogos cuspidos dos dragões
Enxames de venenosos ferrões

Resistindo na fétida fumaça
No campo de batalha de desgraças
Entre gritos, choros, gemidos
Xingamentos e pragas de ensandecidos
De explodidos, estilhaçados
De queimados,  chamuscados

Punhal dourado do lado
O bodoque dependurado
A lança de ponta afiada
A cruz na espada encravada

Na paixão maior turbinado
Vou que vou à guerra retado

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